24 de set. de 2010

Desemprego cai para o menor nível em oito anos

VERENA FORNETTI
DO RIO

O desemprego no país teve a terceira queda seguida em agosto e atingiu o menor patamar desde 2002, quando iniciou a série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O indicador passou de 6,9% em julho para 6,7% no mês passado.

O rendimento médio dos trabalhadores, descontada a inflação, também bateu recorde no mês passado.

A média para as seis regiões pesquisadas pelo IBGE foi de R$ 1.472,10, alta de 8,8% ante agosto do ano passado e o maior valor desde março de 2002.
É a primeira vez que o recorde de emprego é batido no meio do ano. Tradicionalmente, dezembro registra os menores índices de desemprego, em razão da contratação de funcionários temporários e do dinamismo maior da economia.

Segundo a consultoria LCA, os dados do mercado de trabalho geram preocupações adicionais em relação à política monetária do país no início do ano que vem.
"A taxa baixa de desemprego e a evolução da renda mostram que a atividade econômica está mais dinâmica do que se esperava. Isso pode acabar encorajando maiores repasses de preços e inflação", diz Fábio Romão, analista da LCA.
Quando a inflação se acelera, o Banco Central tende a aumentar a taxa básica de juros, o que desestimula os gastos das famílias e das empresas, freando a economia e controlando os preços.

MERCADO ROBUSTO
Cimar Azeredo, gerente da Pesquisa Mensal do Emprego do IBGE, afirma que o mercado de trabalho brasileiro está robusto.
"O Brasil se recuperou da crise econômica de forma muito rápida. Não só o nível de ocupação, mas também a qualidade do emprego está avançando."
São Paulo foi um dos destaques da pesquisa graças, principalmente, à recuperação da indústria. Nessa região metropolitana, a taxa de desocupação foi de 6,8%. Em toda a série, o IBGE nunca tinha detectado nível tão baixo para essa região.

De acordo com o especialista, as vagas formais avançam em ritmo mais rápido do que o da entrada de trabalhadores no mercado, o que tem contribuído para derrubar a desocupação.

No mês passado, o emprego com carteira assinada teve incremento de 7,2% em relação a igual período de 2009. Educação, saúde e serviços estão entre os setores mais dinâmicos da economia.