Por Estadão.com
Para
enfrentar a violência nas escolas brasileiras, o Ministério da Educação assinou
nesta quinta-feira, 20, uma parceria com o Conselho Federal de Psicologia. A
parceria prevê um estudo sobre violência nas escolas, elaboração de materiais
didáticos e formação de professores para o combate à violência no ambiente
escolar.
De
acordo com o ministro Aloizio Mercadante, oito universidades também vão
colaborar com o projeto. Entre os temas que serão trabalhados dentro das
escolas estão enfrentamento às drogas, gravidez precoce, homofobia, racismo,
discriminação, bullying e bullying eletrônico (feito por meio das redes
sociais).
“Temos
estimado em torno de 8 mil jovens, meninos e meninas, que voltam para casa com
todo tipo de constrangimento e que muitas vezes são vítimas de bullying na
escola. Precisamos tratar esses temas com responsabilidade e cuidado, mas
enfrentá-los no sentido de respeito à diversidade, ao outro, a valores como os
direitos humanos. Os professores e alunos também precisam aprender a solução
dos conflitos por meio de diálogo”, disse o ministro.
Segundo
Mercadante, o trabalho de campo será feito em todo o País. “Vamos trabalhar em
todas as regiões do País, nos vários níveis do processo educacional - com pais,
alunos e professores - e elaborar materiais pedagógicos, programas de prevenção
e subsídios para aprimorar a prática pedagógica e criar uma escola mais
atrativa, feliz, respeitosa e pacífica.”
O
projeto, de acordo com o ministro, terá início em breve. “Em duas semanas
estaremos iniciando o processo de trabalho, mas eu diria que o desenvolvimento
pleno desse trabalho é para 2013.”
A
expectativa do ministro é que, com esse projeto, os “professores tenham mais
subsídios e melhores condições para lidar com esses desafios”. Os novos
materiais didáticos, voltados para o combate da violência nas escolas, estará
disponível logo após a pesquisa de campo ser finalizada. Também será
desenvolvido um trabalho de formação de professores para trabalhar com esses
temas nas escolas.
Para
Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais (ABGLT) e conselheiro do Conselho Nacional LGBT
(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), a parceria
é positiva.
“Vejo
com bons olhos a ampliação dessa parceria. É fundamental não só para a questão
da homofobia como também para a que envolve drogas, bullying etc. É fundamental
que a escola seja um lugar seguro para que as pessoas possam estudar, não sejam
discriminadas e não sofram a violência que muitas vezes faz parte do cotidiano
escolar”, falou.
Segundo
Reis, a escola é um dos ambientes mais importante para que esse trabalho seja
desenvolvido. “A escola é um momento em que as pessoas convivem e as pessoas
têm que aprender a respeitar o outro e esse outro pode ser evangélico,
católico, ateu, de uma religião africana, judeu ou indígena, mas as pessoas têm
que aprender a respeitar o ser humano como um todo”, disse.
Durante
a 2.ª Mostra Nacional de Práticas de Psicologia, que ocorre até o dia 22 no
Anhembi, em São Paulo,
o presidente do conselho, Humberto Verona, anunciou também uma parceria entre o
órgão e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para
ajudar na criação de comitês de combate à homofobia em todos os estados
brasileiros.
Fonte: Estadão.com