17 de abr. de 2011

Final de Domingo


“Las Meninas” é considerada a obra-prima das obras-primas de Velázquez. É inacreditável o que já se escreveu sobre esse quadro. A “Mona Lisa”, de Leonardo, e “Las Meninas”, são os quadros mais estudados e analisados da História da Pintura.
Os reis, Felipe IV e sua mulher, refletidos no espelho ao fundo, estão posando para Velázquez, que olha para eles. A tela que ele prepara é enorme, não está nem num cavalete, está pousada no chão. O que os reis querem é que sua filha se una a eles: é um retrato oficial da família.
A Infanta Margarida Maria olha para seus pais, como a pedir que a liberem. Está com 5 anos e não acha a menor graça em ficar parada para posar.
Suas damas de honra – las meninas – tentam tudo para convencer a Infanta. Os anões, Maribarbola e Nicolasito, são chamados para diverti-la. Nada adiantou, pois o quadro desejado pelos reis, aquele que Velázquez está pintando e que nós não vemos, nunca ficou pronto.
O jogo de sombra e luz é fantástico. De uma janela lateral entra a luz que ilumina a Infanta, que ocupa o centro ideal da tela. No fundo do ateliê tão escuro, uma luz apenas, da porta aberta por onde entra alguém, provavelmente um ministro à procura do rei.
Essa é a tela que consagra Velázquez, uma alegoria fascinante da realidade e da ilusão. Nós estamos ali, ao lado dos reis. Velázquez nos olha também. E nós o olhamos. Essa é a primeira e a mais duradoura das sensações que “Las Meninas” causa em seus felizes espectadores.
Velázquez não viverá muitos anos depois desses dias em seu ateliê. Esgotado com os preparativos das cerimônias do casamento da Infanta Maria Thereza com Luis XIV de França, o pintor contraiu uma doença febril e faleceu em Madrid, em 1660.

Acervo Museu do Prado, Madrid
Fontes: www.museodelprado.es/
              en.wikipedia.org/