15 de abr. de 2011

Grandes empresas ainda não aplicam plenamente a Lei do Aprendiz

 Rafael Carneiro da Cunha

Pesquisa com as maiores empresas do Brasil identificou problemas no cumprimento da Lei de Aprendizagem (10.097/2000). Segundo o estudo, que consultou 109 companhias, 7% não têm aprendizes. Das 93% que contratam, 43% estão abaixo do exigido pela lei. Entre as que cumprem a cota, 83% não excedem o mínimo de 5%.
Os dados são da pesquisa “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas”, lançada na última quinta-feira (11/11), na cidade de São Paulo (SP). O estudo foi realizado pelo Instituto Ethos e pelo Ibope por meio de um questionário enviado a 500 empresas.
De acordo com os presidentes das empresas, responsáveis pelas respostas, a principal justificativa para a não contratação de aprendizes é a falta de conhecimento ou experiência da companhia para lidar com o assunto (41%). Outros 36% dizem que o motivo é a falta qualificação dos aprendizes e 23% a falta de interesse dos aprendizes pela empresa.
A pesquisa também constata uma reprodução, com os aprendizes, da desigualdade observada na contratação de mulheres, negros e pessoas com deficiência. Do total de aprendizes contratados pelas empresas, 37% são mulheres, 35% negros e apenas 0,5% são adolescentes e jovens com deficiência. Desse último grupo, 0,22% têm deficiência física, 0,10% visual, 0,15% auditiva e 0,03% com múltiplas deficiências.
As principais áreas de formação dos aprendizes são: administrativa, operações, recursos humanos e comercial.