Escolas técnicas e faculdades tecnológicas estaduais de São Paulo oferecem salários defasados a seus funcionários e enfrentam perda “alarmante” de servidores em algumas regiões.
A situação foi admitida pela própria gestão Geraldo Alckmin (PSDB) em texto enviado à Assembleia, no qual apresenta proposta de correção salarial a profissionais do Centro Paula Souza (que administra as Etecs e Fatecs).
Na justificativa do projeto, a Secretaria de Desenvolvimento diz que os salários na rede chegam a ser inferiores “à metade do que pagam as demais instituições”, como institutos federais, Sistema S e universidades públicas.
Se aprovada a proposta, o salário do professor iniciante de escola técnica (200 horas/mês), subirá 25% -de R$ 2.000 para R$ 2.500.
Expandir e melhorar Etecs e Fatecs foram bandeiras da campanha de Alckmin.
Segundo a pasta, o plano diminuirá “a rotatividade hoje existente em nossos quadros pela falta de competitividade de nossos salários”.
Segundo a pasta, o plano diminuirá “a rotatividade hoje existente em nossos quadros pela falta de competitividade de nossos salários”.
Afirma ainda que “temos perdido colaboradores de uma forma que chega a ser alarmante em algumas regiões do Estado.”
Em nota, o Paula Souza diz que a “rotatividade a que o texto diz respeito é reportada por algumas unidades”. E que o número de professores subiu 5% entre 2009 e 2010.
“Só neste semestre, saíram três professores”, diz um estudante do curso de rede de computadores da Fatec Indaiatuba (interior de SP).
“Só neste semestre, saíram três professores”, diz um estudante do curso de rede de computadores da Fatec Indaiatuba (interior de SP).
“Todo semestre tem saída de professores excelentes e entrada de alguns não tão bons”, afirma outro aluno.
O Paula Souza diz que os docentes que se desligaram da unidade atuavam em “caráter emergencial” e que está em curso um processo de contratação de professores.
Para Silvia Elena de Lima, do sindicato da categoria, “o plano de reclassificação salarial é uma afronta, não vai segurar ninguém”. Ela diz que pode haver nova greve. Em maio, já houve paralisação.