13 de jan. de 2011

Caça ao iPad

Superfeira de tecnologia realizada em Las Vegas aponta rumos da indústria

RODOLFO LUCENA
ENVIADO ESPECIAL A LAS VEGAS
FOLHA

A indústria de eletrônica de consumo vai bem, obrigado. Esse parece ter sido o principal recado a emergir de uma feérica CES, maior feira do setor no mundo, realizada na semana passada em Las Vegas. A dolorosa queda nas vendas sofrida em 2009 passou, indicam números esgrimidos pela indústria. E as perspectivas para este ano são róseas: expansão de 10%, chegando a uma receita global perto da emblemática marca de US$ 1 trilhão.
Vários fatores contribuíram para a retomada. Um dos mais significativos, segundo a Consumer Electronics Association, que organiza a feira, foi o impacto exercido nos consumidores por produtos inovadores que chegaram ao mercado no ano passado, notadamente celulares inteligentes e, claro, os tablets -leia-se iPad, da Apple, que chacoalhou a indústria com a velocidade e o número de vendas, que superaram os 7,5 milhões de unidades em cerca de seis meses.
Por isso mesmo, inovação foi a palavra de ordem das 2.700 empresas que demonstraram sua força nos pavilhões do Centro de Convenções de Las Vegas, atraindo cerca de 140 mil visitantes, segundo os organizadores.
A palavra inovação, no geral, pode ser traduzida para tablet, os aparelhos eletrônicos com tela sensível ao toque que se transformaram em meio de diversão e instrumento de trabalho.
Eles já haviam despontado no ano passado, timidamente, surgindo mais como uma resposta antecipada ao burburinho de então, que apontava o próximo lançamento de uma surpresa pela Apple.
Hoje, porém, a ordem é caçar o iPad, buscar tirar alguma fatia do mercado dominado pela empresa dirigida por Steve Jobs. Todas as grandes empresas presentes mostraram suas armas prontas para chegar às lojas ou anunciaram que em breve terão concorrentes que, prometem elas, serão rivais à altura da sedução exercida pelo iPad.
Se terão, só os consumidores poderão dizer. O certo é que os novos tablets oferecem recursos superiores (pelo menos, do ponto de vista da especificação) aos disponíveis no modelo da Apple atualmente no mercado, a começar pelo tamanho.
Os principais candidatos a rivais vêm com tela de 10,1 polegadas e trazem processador mais potente que o do iPad, além de câmeras para videoconferência e para captura de imagens e porta USB, para comunicação direta com outros dispositivos.
Outra tecnologia onipresente na Consumer Electronics Show foi a 3D, vista em televisores de todos os tamanhos e demonstrada em celulares e tablets. Como vem acontecendo em grandes feiras do setor nos últimos anos, a indústria repete que "este é o ano do 3D".
Talvez não seja, pois os preços ainda são altos e há falta de conteúdo. Mas que está no caminho, está.