A atual escassez de trabalhadores dificulta expansão e favorece migração de indústrias buscando funcionários
A falta de mão de obra já faz muitos setores elevarem o preço de seus produtos e serviços em decorrência do aumento de custo provocado pela necessidade de pagar salários maiores para reter ou contratar profissionais.
São exemplos dessa tendência a construção civil, o comércio e até mesmo o emprego doméstico, cujo contingente de trabalhadores caiu 1,1% em 2010 nas principais regiões metropolitanas do país, segundo estudo da LCA Consultores, feito, a pedido da Folha, a partir de dados de preços e mercado de trabalho do IBGE.
Entre as altas de preço ao consumidor mais expressivas em 2010, estão empregado doméstico (11,81%), mão de obra para reformas e manutenção (10,56%), vestuário (7,48%) e alimentação fora de casa (9,81%).
Todos tiveram aumentos superiores à inflação média (5,91%, pelo IPCA). Os salários das categorias nas quais se inserem subiram também acima da renda média pesquisada pelo IBGE.
Entre as altas de preço ao consumidor mais expressivas em 2010, estão empregado doméstico (11,81%), mão de obra para reformas e manutenção (10,56%), vestuário (7,48%) e alimentação fora de casa (9,81%).
Todos tiveram aumentos superiores à inflação média (5,91%, pelo IPCA). Os salários das categorias nas quais se inserem subiram também acima da renda média pesquisada pelo IBGE.
Num sinal de oferta restrita de trabalhadores, o rendimento na construção registrou aumento recorde de 11,1% de janeiro a novembro.
Hoje o IBGE divulga os dados de dezembro do mercado de trabalho e a expectativa é de que o avanço da renda e do emprego na construção se repitam.
"A falta de mão de obra, e não só de trabalhadores com alto grau de qualificação, atinge vários setores, mas a construção é o mais afetado pelo problema", diz Fábio Romão, economista da LCA.
Amos Genish, presidente da GVT, diz que a empresa esbarra na falta de mão de obra especializada em construção para expandir mais rapidamente sua rede de telefonia e dados.
"Esse aumento é uma tendência muito clara em alguns ramos de serviços, vestuário e construção, o que traz ainda mais preocupação ao cenário de inflação para 2011", avalia Laura Haralyi, analista do Itaú Unibanco.
Outros setores também sofrem com a escassez de mão de obra. No comércio, o total de trabalhadores avançou apenas 1,1% de janeiro a novembro de 2010 -taxa abaixo do crescimento vegetativo da população.
Hoje o IBGE divulga os dados de dezembro do mercado de trabalho e a expectativa é de que o avanço da renda e do emprego na construção se repitam.
"A falta de mão de obra, e não só de trabalhadores com alto grau de qualificação, atinge vários setores, mas a construção é o mais afetado pelo problema", diz Fábio Romão, economista da LCA.
Amos Genish, presidente da GVT, diz que a empresa esbarra na falta de mão de obra especializada em construção para expandir mais rapidamente sua rede de telefonia e dados.
"Esse aumento é uma tendência muito clara em alguns ramos de serviços, vestuário e construção, o que traz ainda mais preocupação ao cenário de inflação para 2011", avalia Laura Haralyi, analista do Itaú Unibanco.
Outros setores também sofrem com a escassez de mão de obra. No comércio, o total de trabalhadores avançou apenas 1,1% de janeiro a novembro de 2010 -taxa abaixo do crescimento vegetativo da população.
SALÁRIOS
Segundo Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Alimentação e Hospedagem, a dificuldade de encontrar profissionais levou o setor a reajustar salários em até 12% -quase seis pontos acima da inflação. A mão de obra é o principal custo do setor e responde por 30% das despesas.
A indústria do vestuário vive a mesma situação: o setor teve de aumentar salários em cerca de 8% em 2010. Muitas fábricas migraram de São Paulo principalmente para o Nordeste em busca de mão de obra (principal custo do setor, com peso de 30%) mais barata, segundo Fernando Pimentel, superintendente da Abit (associação da indústria têxtil).
Diante da perspectiva de economia ainda aquecida em 2011, Romão espera novos reajustes salariais acima da inflação -porém mais brandos, diz, em decorrência da expectativa de aumento menor do salário mínimo, que teve ganho real de 6% em 2010.
Diante da perspectiva de economia ainda aquecida em 2011, Romão espera novos reajustes salariais acima da inflação -porém mais brandos, diz, em decorrência da expectativa de aumento menor do salário mínimo, que teve ganho real de 6% em 2010.