16 de jun. de 2011

Trabalho infantil perigoso afeta 115 milhões de crianças no mundo

O trabalho infantil perigoso afeta 115 milhões de crianças no mundo. O alerta, emitido na semana passada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), por meio do relatório “Crianças em trabalhos perigosos: o que sabemos, o que precisamos fazer”, faz um apelo para que governos, empregadores e trabalhadores atuem em conjunto na formulação e execução de políticas e ações que possam erradicar o trabalho infantil.

Clique aqui para ver o relatório completo.

Estima-se que existam hoje cerca de 215 milhões de trabalhadores infantis espalhados pelo mundo, dos quais mais da metade (115 milhões) desempenham trabalho perigoso. Segundo a OIT, é considerado trabalho perigoso qualquer tipo de atividade que possa ser prejudicial à saúde e à integridade física e psicológica da criança.

De acordo com os dados do relatório, o maior número de crianças em trabalhos perigosos está na Ásia e no Pacífico, onde há 48,1 milhões. Entretanto, é na África Subsaariana que se encontra o maior número proporcional de crianças em trabalhos perigosos - são 38,7 milhões para uma população total de 257 milhões. Na América Latina são 9,43 milhões e nas outras regiões, como a Europa e a América do Norte, há registro de 18,9 milhões de crianças nesse tipo de atividade.

A agricultura é o setor no qual há o maior número de crianças trabalhando, 59% delas em atividade perigosa, com idade entre 5 e 17 anos. Fazem parte desse setor a pesca, a silvicultura, o pastoreio e a agricultura de subsistência. O restante está dividido entre o setor de serviços (30%) e em outras atividades (11%). O relatório ressalta ainda que ao menos um terço das crianças realizam trabalhos domésticos e não recebem nenhuma remuneração para isso.

No Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 4,3 milhões de crianças e jovens de 5 a 17 anos trabalhando. A Região Nordeste concentra o maior percentual (11,7%), seguida pela Região Sul (11,6%), pelo Centro-Oeste (10,2%), Norte (9,6%) e o Sudeste (7,6%).

Em entrevista à Agência Brasil, a oficial de projetos do Programa Internacional para Eliminação do Trabalho Infantil da OIT, Cyntia Ramos, afirma que para combater o trabalho infantil os países devem, primeiramente, reconhecer que ele é parte de um problema que envolve ações para toda a família e não só para as crianças.

“Os países devem focar suas ações na educação e proteção social e em estratégias que promovam o trabalho decente para as famílias e para os jovens que têm idade para trabalhar, reduzindo a exploração de mão de obra infantil para o sustento das famílias”, explicou.

Dia Mundial contra o Trabalho Infantil

Como parte das mobilizações realizadas em todo o mundo no dia 12 de junho, Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, em parceria com os fóruns estaduais, a OIT e mais 79 entidades representativas dos empregadores, trabalhadores e governo federal, lançou a Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Infantil 2011

Com o tema “Trabalhos Perigosos” e o mote “Trabalho Infantil. Deixar de estudar é um dos riscos”, a Campanha prioriza quatro das piores formas de trabalho infantil: o doméstico; aquele realizado nas ruas; no lixo e com o lixo; e na agricultura, especialmente quando envolve o uso de agrotóxicos.

O Brasil assumiu perante a comunidade internacional o compromisso de erradicar até 2016 todas as piores formas de trabalho infantil.


Link:
http://aprendiz.uol.com.br/content/nechecetru.mmp